quarta-feira, 5 de setembro de 2012

CONFUSO

Obtuso, indigesto, obscuro. Sentimentos de um peito fraco que não possui potência suficiente para lavar sentimentos onde só habita a razão. Ambíguo, duvidoso, impreciso. Coração que não bombeia sangue puro.

Foto - Sebastião Salgado
Atrapalhado, perdido, confuso.  Será o cume de um monte inatingível ou apenas falta do equipamento correto? O impossível é só julgamento? Misturado, desordenado, caótico. Retrato de tudo que fui, separando diuturnamente sentimento e razão. Cada um em seu ninho, de onde jamais saíram para se olhar. Dúbio, indigesto. Todas definições para uma única piedade.
 
Gruda sua pele na minha mão, fica comigo perdido e espera um pouco. Tenha paciência de mim. Minha lua de luz própria ainda vai iluminar o caminho de nós dois. O seu, o meu e o nosso. Continua. Se pudermos viver agora, viveremos sempre, até onde der. Permanece para mim sem procurar ninguém para culpar, eu topo. Submissão e vontade de você. Possessão. É muito difícil dançar colado desse jeito, falta ritmo de longe. Desperdício.

Vestiu os óculos da felicidade, deixou de enxergar o conto recorrente dos dois e seguiu apenas seu contentamento. Hoje eu tenho medo de ler a sua história, só porque posso não gostar do final. Ignoro meus desejos, fugindo de você, para termos nós dois por mais tempo. Quero escapar de mim para me esconder na sua biografia. Pensamentos lascivos de uma tarde com a sua voz ecoando no sofá onde você derreteu de punhos amarrados para mim. Rasga.

Não iria ver estrelas nem sentir borboletas, só nuvens que escorrem água e fogo. Prenderia a respiração dos olhos até abafar o tato de tanto uivar gozo. Você pode me ouvir? Ainda escrevo com você uma história repetida, sem ponto final, mas eu ainda não confio em mim amando você, então pára de fazer eu me perder de mim, me dá uma amostra e se mostra inteira, prá eu poder te conhecer.