Desesperou-se quando abriu os olhos e não viu nenhuma luz. Escuro absoluto. As pernas dos olhos não se mexiam mais. Estava paralítico da visão. Tateou e encontrou as paredes nas pontas dos dedos. Podia se mover. Violino e bandoneon. Ouvia pelos poros.
Não se lembrava muito bem de como tinha ido parar ali, mas lembrava dela. A boca de algodão passeando por seu corpo ao norte. Seios firmes e arrepiados acompanhavam a circulação enquanto o calor do miolo das coxas molhava as dele. Contorção retorcida na coluna.
Desdobrou os joelhos para cima acompanhando o desenho liso das paredes em vê. Três passos e bateu num móvel baixo. Talvez a cama estivesse ali perto. Talvez fosse o quarto. Talvez ela estivesse ali. Talvez fosse uma brincadeira. Talvez tenha sido o ácido lisérgico. Estava simulando esquizofrenia, ou estava seu cérebro mais acessível?
Abaixou-se e descobriu o lençol e o travesseiro. Acalmou-se por um momento pois seu corpo já estivera ali, talvez. Tateou pelo espaço e encontrou o desenho macio e redondo de sua bunda debaixo de uma pele de tecido frio. Suou.
Subiu a mão vagarosamente pela cintura que ele havia apertado com as palmas, a lateral do seio completo e pelo ombro delicado de gente pequena, buscando encontrar seu pescoço com as unhas e sua boca com a língua.
Morreu catatônico quando sentiu seu beijo gelado e a falta de alma em seu corpo.
Com certeza você deve ouvir isso sempre, mas cara, você manda super bem!!!
ResponderExcluirParabéns e sucesso!!!!
http://assuntospadrao.blogspot.com.br/
Que arraso esse texto :) uaaal, adorei. bem intenso *-*
ResponderExcluirParabéns!
papeldeumlivro.blogspot.com
Lindo Príncipe poeta, seus textos e poemas são tão intensos, e profundos mostrando sempre que, o talento é a facilidade habitual da expressão.
ResponderExcluirParabéns + uma vez.
BeiJanesss no coração.
Jane Di Lello.