Fechou a porta para o lado de dentro da sala, três passos
largos e estava na sua cadeira. Recostou, afundou as costas e esvaziou os
pulmões para fora. Virou-se levemente para o computador, esticou a mão esquerda
e pegou o cachimbo. Com a direita o isqueiro. Clique, ou qualquer coisa
parecida. Fogo e Fumaça.
Não vivia sem
música. Os ouvidos pediam respirar. John Butler Trio. Letra de música e vontade misturavam. Não sabia
quanto tempo podia viver sem. Estava acelerado, mais um trago, mudou a música,
estava sozinho. Bipolaridade.
Escrever não estava
ajudando. Terapia. Talvez sim, talvez só um personagem. Não se esqueça de
lembrar que eu avisei. Isso machuca, as vezes, é só entender. Na grande maioria
das vezes não entendem. Tem horas que preferia ficar sozinho, mas não queria
dizer que gosta menos do mundo. Simplesmente não suporta. Isolava-se e gostava.
Deserto, montanha, só e só isso. Viajava em qualquer lugar.
Saiu da música com alma
leve. Três e doze da manhã. Bala de canhão. Oceano. Forte de Santa Bárbara.
Proteção da Vila de Nossa Senhora do Desterro. Era agnóstico pelo
excesso de religião. Não sabia onde estava
indo, mas para ele, aquilo, naquele momento, estava bom. Ia esperar a campainha
tocar qualquer dia.
Homem de Deus, não sabes o quanto amo te ler...
ResponderExcluirViajo, deliro, sonho, imagino e me transporto...
Como o mundo ainda não te descobriu?!
Que bom, que eu o tenha descoberto...
Um abraço!
PARABÉNS!!!