quinta-feira, 3 de maio de 2012

PARÁGRAFOS CURTOS


Fechou a porta para o lado de dentro da sala, três passos largos e estava na sua cadeira. Recostou, afundou as costas e esvaziou os pulmões para fora. Virou-se levemente para o computador, esticou a mão esquerda e pegou o cachimbo. Com a direita o isqueiro. Clique, ou qualquer coisa parecida. Fogo e Fumaça.

Lembrou-se que escrever parágrafos curtos em contos facilita a leitura. Aprendeu. Nem sempre gostava de parágrafos. Mais um gole de refrigerante verde que estava quente em cima da mesa. Precisava molhar a boca. Servia.

Não vivia sem música. Os ouvidos pediam respirar. John Butler Trio. Letra de música e vontade misturavam. Não sabia quanto tempo podia viver sem. Estava acelerado, mais um trago, mudou a música, estava sozinho. Bipolaridade.

Escrever não estava ajudando. Terapia. Talvez sim, talvez só um personagem. Não se esqueça de lembrar que eu avisei. Isso machuca, as vezes, é só entender. Na grande maioria das vezes não entendem. Tem horas que preferia ficar sozinho, mas não queria dizer que gosta menos do mundo. Simplesmente não suporta. Isolava-se e gostava. Deserto, montanha, só e só isso. Viajava em qualquer lugar.

Saiu da música com alma leve. Três e doze da manhã. Bala de canhão. Oceano. Forte de Santa Bárbara. Proteção da Vila de Nossa Senhora do Desterro. Era agnóstico pelo excesso de religião. Não sabia onde estava indo, mas para ele, aquilo, naquele momento, estava bom. Ia esperar a campainha tocar qualquer dia.

Um comentário:

  1. Homem de Deus, não sabes o quanto amo te ler...

    Viajo, deliro, sonho, imagino e me transporto...

    Como o mundo ainda não te descobriu?!

    Que bom, que eu o tenha descoberto...


    Um abraço!

    PARABÉNS!!!

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