para Eduardo Guedes Pinto

Um penoso final de biografia. As pupilas já não reagiam e o cérebro não religou. Motor de carro, consertaram mas resolveu não pegar. Um milhão de analogias, todas com o mesmo final inesperado, chocante, assustador.
Muitos repensaram a própria história de maneira verdadeira, sem os discursos básicos do post mortem. O consenso disse que viver era a alternativa e a verdade absoluta. Beco sem saída.
Encheram novamente os copos com cerveja preta. Dava consistência, matava a fome, sustentava mais que pão e na sua formulação altas doses de anestesia.
Uma cadeira vazia e nós no estomago de todas as outras. Fingiam não ver, mas a cadeira agora perpétua, imóvel, espera que num domingo pela manhã alguém durma ali sentado, levante-se, vá embora e volte dias depois. Nunca mais aconteceu.
As pupilas já não reagiam. O cérebro não religou, e quando o coração parou de bater, parou também muitos outros, que para comemorar todas as vidas, principalmente aquela que já não havia, beberam mais uma vez o amigo.
Parabéns pelo texto muito interessante é para se pensar mesmo.
ResponderExcluirAbraços.
@belcris25
Maravilhoso esse texto!!!! Lulu,Guinness e Guedão...olha que eu não tinha visto a dedicatória ...
ResponderExcluirImagino quanta emoção p escrever...